Com medidas novas, o Comitê Olímpico Brasileiro prevê maiores medidas para inclusão de mais mulheres no esporte. Atletas, treinadoras, participantes em geral serão incentivadas ao esporte.
Pensar em mulheres que sejam referência no esporte, hoje em dia, não é tão difícil. Só do ciclo olímpico recente é fácil puxar à mente nomes como: Rayssa Leal, Rebeca Andrade e Ana Marcela Cunha, algumas das medalhistas do último ciclo.
Mas é fato que as mulheres em destaque ainda vêm sendo uma história recente. Prova disso é se pensarmos que as primeiras medalhas olímpicas femininas saíram apenas em Atlanta (1996), com o ouro de Jaqueline e Sandra no vôlei de praia; duas de pratas; com Adriana e Mônica no vôlei de praia e o basquete; e uma de bronze, no vôlei de quadra.
Quando pensamos em treinadoras, essa caminhada vem sendo ainda mais lenta. É difícil pensarmos em nomes femininos, que sejam referência.
Para tentar dar celeridade a esse processo de equidade, o Comitê Olímpico Brasileiro vem desenvolvendo ações em prol do desenvolvimento e capacitação de atletas, treinadoras, árbitras e gestoras. E recentemente lançou um edital para desenvolvimento do esporte feminino.
Em entrevista à coluna, Isabel Swan, coordenadora de esportes femininos do COB falou sobre esse contexto e deu detalhes sobre o planejamento do COB nesse sentido. “Nós temos poucas mulheres no alto rendimento, como treinadoras, então esse é um ponto importante. É até um direcionamento do Comitê Olímpico Internacional, para termos mais mulheres treinadoras. E isso certeza vai reverberar em mais mulheres com uma carreira no esporte.”
E não é pensar apenas em uma questão quantitativa, mas na qualidade para essas mulheres dentro das modalidades esportivas. Isabel acredita que a partir desse edital será uma maneira de estimular um desenvolvimento com olhar mais específico.
É um passo curto, é fato, se pensarmos no que representa esse valor de R$ 600 mil, diante do orçamento do COB, mas pelo menos é um rumo a ser seguido. Isabel complementa:
‘É, esse valor ainda é pequeno, né? Em relação ao todo, mas efetivamente a mulher recebe de outras formas. Por outras vias assim. Esse seria um projeto mais especial dentro do COB, que tende a aumentar. É um primeiro ano então assim, a gente vai caminhando com passos firmes. '
Isabel destaca que é preciso entender a mulher de maneira diferente e que o objetivo do COB . Os treinamentos, muitas vezes, ainda são pensados em um padrão masculino, mas há peculiaridades que precisam ser levadas em consideração. É a desconstrução dessa questão do papel de gênero na alta performance que precisa ser alcançada, quando se fala em alta performance.
Ter exemplos a serem seguidos é uma força motriz no contexto importante e além de nomes de destaque, é preciso fortalecer formas de incentivo:
“A gente, a gente sabe que uma puxa a outra, né? Eu acho que quanto mais voz e espaço a gente tiver na mídia, com recortes condizentes e com de força que a mulher tem e representa, outras mulheres seguirão esse caminho também e vão se sentir capazes.”
É saber, que estamos caminhando, mas ainda longe de onde deveríamos estar.
Referência
Lygia Azevedo; Edital para o desenvolvimento no esporte feminino, COB; Diário do Nordeste.
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